Bem, esse é um dos meu preferidos do Drummond. Ele fala do instante supremo. Sejamos super-homens, meus amigos. Sem mais delongas:
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Carlos Drummond de Andrade
2009-06-03
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2 comentários:
Parabéns........
rs...
Geeeeente, eu também quero dar as mãos! Digo, participar do blog! tô me sentindo excluída, poxa!
me incluam: natta.mm@gmail.com
beijo
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